segunda-feira, 7 de maio de 2012

Moscatel de Setúbal - Quinta da Bacalhôa 2005

Eu gosto de Moscatel! Tinha até à uns tempos uma teimosia que só me deixava alcançar o belo Moscatel produzido no Douro, feito de Malvasia Fina...e das memórias de infância, de uma mercearia, de um merceeiro, do um mini-garrafão...Mais tarde ligações familiares a Alijó e a Favaios, terra de moscatel...mas depois veio a José Maria da Fonseca, o Domingos Soares Franco e o seu rosé de Moscatel Roxo, e depois...todo um novo mundo se abriu ao meu mundo e à minha cultura vínica...


E aqui está a arte da Bacalhôa...
Este licoroso tem uma roma intenso a moscatel, flor de laranjeira, citrinos, chá e passas; na boca, a fruta é intensa, é cheio, encorpado, com sensações de amargo-doce, tendo um final longo e persistente.
Aconselho a refrescar a uns 10, 12º, e servir como amuse bouche, como um excelente companheiro a uma sobremesa, ou apenas para simples deleite... Simples, económico, fabuloso...


Delícia, Pergunta à Patrícia?!
Sim, é uma simples delícia!



A Casa do Luís

Abril, águas mil, e entramos em Maio com o mesmo prenúncio do mês anterior. Eu não podia ter começado o mês da melhor forma! Em clima de festejo, e na aldeia mais ocidental de Portugal, Azóia, fui descobrir o restaurante A Casa do Luís.

Um chuveiro repentino apressou a escolha entre um trio de locais e optei pelo primeiro, porque já diz o povo, não há amor como o primeiro. Um sítio pitoresco, old fashion, rústico, de cheiro a fumeiro e a mofo...mas não se deixem assustar, pois mora nesta casa um inconfundível presunto de Chaves, à boa maneira transmontana, curado, e fumado, saboroso, desfazendo-se na boca...bem acompanhado com queijo e pão, estes de origem mais a sul deste fabuloso recanto à beira mar plantado ( ou não estivessemos nós a poucos metros do Cabo da Roca).

O local revelou-se aconchegante, com a lareira acesa, e um serviço familiar, mas eficaz e remetido ao necessário. Começamos bem com a sugestão de um belo exemplar do mar, um robalo fresco de mar, pronto a escalar e a ir para a grelha...Entretanto, o presunto, o queijo, e um vinho de Colares, agradável surpresa frutada, fresca q.b,, de produção caseira, sem rótulo (não queremos cá a ASAE)...Foi um prazer para o palato, ainda com as azeitonas alentejanas esquartejadas e temperadas com azeite, sal e coentros...

E chegou o rei do mar, o peixe, com batatas cozidas, umas vagens ( ou chamem-lhe feijão verde) no ponto, regadas com um azeite alentejano untuoso e suave, frutado, com o excelente fim de boca... A vida que já era bela, tornou-se ainda mais bela... Dispensei a sobremesa, que podia ter sido de ums morangos da época, mas um pouco descontextualizada da doçaria tradicional da região...mas ninguém é perfeito, e poucos são os que tangem a perfeição.

Saimos bem, felizes, saciados, e agradados com a qualidade de confecção e o preço...e Maio chegou, e veio bem acompanhado, na Casa do Luís, mas com o sim de Delícia, quando Perguntado à Patrícia!